terça-feira, 3 de novembro de 2009

Primeiros resultados

Talhe da Foice

Por Machado da Graça

No momento em que escrevo os números já divulgados não permitem ainda conclusões de pormenor sobre os resultados das eleições de quarta-feira.
Permitem, no entanto, tirar já algumas conclusões.
Em primeiro lugar, mais uma vitória da Frelimo e de Armando Guebuza.
É verdade que os dados que a Rádio Moçambique têm estado a divulgar se referem quase exclusivamente às zonas urbanas, onde a Frelimo é, tradicionalmente, mais forte. Quando começarem a chegar os resultados das zonas rurais é provável que o desequilíbrio se abrande, mas não creio que possa ser posta em causa a vitória da Frelimo.
Estranho o silêncio, até ao momento, da Rádio Moçambique sobre os resultados na Beira. Por que será?
A resposta pode ser encontrada em alguns resultados que o Mediafax revela hoje. Ao que parece, na Beira, Daviz Simango ganhou as eleições presidenciais e o MDM as para a Assembleia da República. Está esclarecido o silêncio da oficiosa RM.
O outro aspecto que pode já ser realçado é a presença do MDM e do seu dirigente Daviz Simango. Um partido com poucos meses de vida mas que garantiu já a sua posição de terceira força, provavelmente não subindo a segunda devido ao boicote organizado pela Frenamo na CNE.
Os resultados que tenho de uma escola aqui de Maputo mostram números em que o MDM esmaga completamente a Renamo, com cerca de dez vezes mais votos que o partido de Afonso Dhlakama.
O jovem engenheiro e os seus colaboradores estão, claramente, de parabéns. Até que ponto se fará sentir a sua posição na Assembleia da República, só os resultados finais poderão esclarecer.
Um aspecto que choca qualquer observador é a quantidade de distritos em que a Frelimo concorreu sozinha às assembleias provinciais. A razia organizada na CNE transformou essa eleição provincial num fenómeno perfeitamente bizarro, à imagem daquelas eleições famosas do antigo bloco de leste.
Segundo informações do Boletim Eleitoral de Joe Hanlon, em Tete e zonas remotas de Gaza os resultados também parecem daqueles da Coreia do Norte: Ele dá exemplos: em Chicualacuala Armando Guebuza teve 3212 votos, enquanto Dhlakama e Simango não tiveram nem um voto. Será que a Renamo e o MDM não têm sequer um elemento cada em Chicualacuala?
Já em Magoé, província de Tete, Armando Guebuza teve 4998 votos enquanto Afonso Dhlakama teve 1 voto e Daviz Simango teve o dobro, isto é, 2.
Mas toda a gente está a afirmar que as eleições foram livres e transparentes. Pelo menos nos órgãos de informação do sector público.

Quem sou eu para dizer o contrário?

fonte: SAVANA  (31-10-09)

Um comentário:

  1. infelizmente o caso do Chicualacuala é muito estranho, seria muita imaginaçao para entender, que sera que ninguem votou na Renamo e MDM. este caso dá muito que pensar , de certeza que se existe votos nulos seram destes 2 Partidos da oposição. a ver vamos, e o caso da Beira em que os MMvs foram surpreindidos pelos reporters do TIM a inutilizar os boletins do MDM.

    e o condigo de conduta dos MMVs, pra que serviu ,se os interesse partidarios sao superiores aos de codigo de conduta, ai meu Moçambique ate quando?

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