Por Machado da Graça
No momento em que escrevo os números já divulgados não permitem ainda conclusões de pormenor sobre os resultados das eleições de quarta-feira.
Permitem, no entanto, tirar já algumas conclusões.
Em primeiro lugar, mais uma vitória da Frelimo e de Armando Guebuza.
É verdade que os dados que a Rádio Moçambique têm estado a divulgar se referem quase exclusivamente às zonas urbanas, onde a Frelimo é, tradicionalmente, mais forte. Quando começarem a chegar os resultados das zonas rurais é provável que o desequilíbrio se abrande, mas não creio que possa ser posta em causa a vitória da Frelimo.
Estranho o silêncio, até ao momento, da Rádio Moçambique sobre os resultados na Beira. Por que será?
A resposta pode ser encontrada em alguns resultados que o Mediafax revela hoje. Ao que parece, na Beira, Daviz Simango ganhou as eleições presidenciais e o MDM as para a Assembleia da República. Está esclarecido o silêncio da oficiosa RM.
O outro aspecto que pode já ser realçado é a presença do MDM e do seu dirigente Daviz Simango. Um partido com poucos meses de vida mas que garantiu já a sua posição de terceira força, provavelmente não subindo a segunda devido ao boicote organizado pela Frenamo na CNE.
Os resultados que tenho de uma escola aqui de Maputo mostram números em que o MDM esmaga completamente a Renamo, com cerca de dez vezes mais votos que o partido de Afonso Dhlakama.
O jovem engenheiro e os seus colaboradores estão, claramente, de parabéns. Até que ponto se fará sentir a sua posição na Assembleia da República, só os resultados finais poderão esclarecer.
Um aspecto que choca qualquer observador é a quantidade de distritos em que a Frelimo concorreu sozinha às assembleias provinciais. A razia organizada na CNE transformou essa eleição provincial num fenómeno perfeitamente bizarro, à imagem daquelas eleições famosas do antigo bloco de leste.
Segundo informações do Boletim Eleitoral de Joe Hanlon, em Tete e zonas remotas de Gaza os resultados também parecem daqueles da Coreia do Norte: Ele dá exemplos: em Chicualacuala Armando Guebuza teve 3212 votos, enquanto Dhlakama e Simango não tiveram nem um voto. Será que a Renamo e o MDM não têm sequer um elemento cada em Chicualacuala?
Já em Magoé, província de Tete, Armando Guebuza teve 4998 votos enquanto Afonso Dhlakama teve 1 voto e Daviz Simango teve o dobro, isto é, 2.
Mas toda a gente está a afirmar que as eleições foram livres e transparentes. Pelo menos nos órgãos de informação do sector público.
fonte: SAVANA (31-10-09)
infelizmente o caso do Chicualacuala é muito estranho, seria muita imaginaçao para entender, que sera que ninguem votou na Renamo e MDM. este caso dá muito que pensar , de certeza que se existe votos nulos seram destes 2 Partidos da oposição. a ver vamos, e o caso da Beira em que os MMvs foram surpreindidos pelos reporters do TIM a inutilizar os boletins do MDM.
ResponderExcluire o condigo de conduta dos MMVs, pra que serviu ,se os interesse partidarios sao superiores aos de codigo de conduta, ai meu Moçambique ate quando?