segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cortesia ou subserviência?


Estou impressionado com a gritaria dos conservadores na TV e na blogosfera por conta do presidente Barack Obama ter decidido cumprimentar o imperador japonês Akihito com uma reverência. Alguns ainda tentam dar uma explicação histórica para sua indignação dizendo que os milhares de americanos que perderam seus parentes na Segunda Guerra Mundial em batalhas contra o Japão não se sentem muito confortáveis com a imagem. Pode ser.

Mas a imensa gritaria veio mesmo de conservadores, incluindo na CNN (na Fox não é novidade, certo?), alegando que um presidente dos EUA não se curva diante de nenhum outro líder do mundo. Aquela empáfia americana (eu já li um longo artigo debatendo se a primeira-dama dos EUA deve ou não se curvar ao cumprimentar a rainha da Inglaterra). Fala-se mais disso aqui do que viagem do Obama à Ásia em si. O Departamento de Estado afirmou que a reverência é protocolo diplomático e os democratas defenderam o presidente dizendo que é apenas uma cortesia a um imperador, da mesma maneira que Obama fez com o imperador saudita há meses.
Não sei, não. Gosto muito dos EUA, mas um país com um déficit de US$ 1,4 trilhão no orçamento fechado em setembro, uma taxa de desemprego de mais de 10%, uma dívida com os chineses de mais de US$ 1 trilhão e uma guerra que se arrasta por oito anos e ameaça repetir a guerra do Vietnã precisa colocar mais a sua liderança hegemônica sob perspectiva. Por outro lado, não sou monarquista acho essa coisa de rei e rainha a coisa mais idiota que existe. Para mim, um aperto de mão está mais do que correto dada a importância política da figura. Mas o que incomoda os americanos é um buraco mais embaixo.com mais detalhes aqui

domingo, 29 de novembro de 2009

Estatutos Gerais dos Funcionários do Estado

Esta disponível para o download os Estatutos Gerais dos Funcionários do Estado, aprovados pela lei 14/2009. , infelizmente os estatutos é para o inglês ver , na pratica cumpri-se mais com as obrigações do que com os deveres principalmente quando tem a haver com benefícios, ai é que o inglês vai ver mesmo, dificilmente o funcionário é favorecido, para não falar de jogos de interesse, joguinhos dos comadres, amiguismo, promoções encravadas na gaveta do chefe X, Y,e mais , senão vejamos: o artigo 7 e o artigo 8 da mesmo lei, ainda esta muito longe de ser real, são quantos Funcionários públicos que acumulam mais que uma função no Estado, mesmo sendo incompatível com as funções, download aqui

Hino Nacional


dicidi  postar o nosso Hino Nacional porque discubri que muitos mas muitos moçambicanos incluindo estudantes universitários não sabem cantar o Hino Nacional. pude ver e ouvir numa ceremónia de graduação, que vergonhoso, vamos começar, 1,2,e 3

Na memória de África e do Mundo
Pátria bela dos que ousaram lutar
Moçambique, o teu nome é liberdade
O Sol de Junho para sempre brilhará
(2x)

Moçambique nossa terra gloriosa
Pedra a pedra construindo um novo dia
Milhões de braços, uma só força
Oh pátria amada, vamos vencer
Povo unido do Rovuma ao Maputo
Colhe os frutos do combate pela paz
Cresce o sonho ondulando na bandeira
E vai lavrando na certeza do amanhã
(2x)

Moçambique nossa terra gloriosa
pedra a pedra construindo um novo dia
Milhões de braços, uma só força
Oh pátria amada, vamos vencer
Flores brotando do chão do teu suor
Pelos montes, pelos rios, pelo mar
Nó juramos por ti, oh Moçambique
Nenhum tirano nos irá escravizar
(2x)

Moçambique nossa terra gloriosa
Pedra a pedra construindo um novo dia
Milhões de braços, uma só força
Oh pátria amada, vamos vencer

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pedido de auxílio para Estela Banze


Stela Banze, estudante do curso de Ciências Biológicas, precisa de fazer uma intervencção cirúrgica para remover um tumor maligno na pele.confira aqui, e aqui, O processo custa cerca de 85.000 rands, e a família não está em condições de cobrir todas as despesas. Sendo assim, apela-se a quem poder ajudar, a fazer!

Para ajudar, precisa entrar em contacto com a Associação de Estudantes Universitários da UEM, pelo número 824170990 ou efectuar um depósito de qualquer valor que puder na conta 176064798 no Millenium BIM.
Confira o portal da Associação dos Estudantes Universitários da Universidade Eduardo Mondlane,

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tolerância zero ao esbanjamento



Num discurso de oito minutos, dirigido aos membros do Comité Central do MPLA, o Presidente José Eduardo dos Santos pediu, ontem, tolerância zero ao esbanjamento dos recursos e à fraude, e reconheceu que a “transparência dos actos de gestão e a boa governação são frentes em que há muito trabalho a fazer”.
Antecipando-se aos compromissos do partido para o período depois do sexto congresso, que se realiza dentro de duas semanas, José Eduardo dos Santos disse que, como partido maioritário e no governo, o MPLA “aplicou timidamente o princípio de fiscalização dos actos de gestão do Governo, através da Assembleia Nacional e do Tribunal de Contas”.
Esta circunstância, disse o Presidente do MPLA, foi “aproveitada por pessoas irresponsáveis e por gente de má fé para o esbanjamento de recursos e para a prática de acções de gestão ilícitas e mesmo danosas ou fraudulentas”.
“Penso que devíamos assumir uma atitude crítica e auto-crítica em relação à condução da política do partido neste domínio”, disse José Eduardo dos Santos aos 225 membros presentes na sala principal do Complexo Futungo II, dos 281 que compõe o Comité Central do partido. E acrescentou: “o melhor é nos comprometermos com uma espécie de tolerância zero, depois do sexto congresso”.ler mais aqui

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pararbéns Mambas


 A selecção Nacional de Futebol de Moçambique os Mambas qualificaram-se no passado Sabádo ao vencer a Selecção da Tunisia por 1-0, o golo foi apontado pelo Dario Monteiro, garantindo deste modo a sua presença no CAN 2010 em Angola, Parabens Mambas, ao elevar o nome de Moçambique bem alto em Africa e no Mundo em Geral

Primeira-ministra anuncia que preços dos combustíveis vão subir


Depois da Frelimo ganhar as eleições


Quando o Governo fixou os preços dos combustíveis que vigoram em Moçambique, o barril do petróleo custava cerca de 40 dólares americanos no mercado internacional. Actualmente o mesmo barril custa cerca de 75 dólares e os preços dos vários tipos de combustíveis derivados do petróleo mantêm-se. Antes das eleições assistiu-se a um braço-de-ferro entre o governo e as gasolineiras. Acabou com a promessa de que o deficit seria coberto pelo Estado. Agora que a vitória da Frelimo está assegurada vem aí a factura. A primeira-ministra já diz que “os moçambicanos terão que pagar o preço real do combustível, conforme o preço praticado no mercado internacional”. ler com mais detalhes aqui

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

E agora? As comadres estão de costas voltadas



  Setembro a Comissão Nacional de Eleições, excluía parcialmente e total mais de 10 Partidos candidatos as Eleições, Presidencias, Legislativas, Presidenciais, alegando que não reuniam as condições exigidas pela Lei, os partidos excluidos não comformados coma dicisão recorrerão ao Concelho Constitucional, no dia 30 de Setembro o CC, dita a sentença, reitera que a C.N.E tem razão em exclui – los, Poís não reuniam condições para concorrerem as Eleições, e que CC nada podia fazer senão cumprir a lei, e ainda condenou a C.N.E, dizendo que este não devia ter cedido em alguns casos, devia cumprir a lei na risca.
Os Partidos inconformados nada podiam fazer porque a dicisão do CC é final sem recurso, ai começaram as alianças com os Partidos adimitidos a concorrer as Eleições Presidenciais, a Renamo e a Frelimo atraves dos seus papagaios porta vozes, linguas, anuciavam a todos cantos que eles são contra qualquer manobra na lei para acomodar aventureiros, desempregados, desorganizados, destudo, a lei é igual para todos e tem que ser cumprida, assim afirmavam, e como os dois Partidos não previam o cenario das Eleições e a tensão estava ao rubro nos excluidos, aventava-se fortes hipóteses do MDM roubar muitos votos aos dois Partidos e como estes são macacos velhos com muito sal comido nessa andancias de Politica estavam em sintonia o que a Renamo dizia sobre o caso dos Excluidos, a Frelimo assinava por baixo e vice versa, até que surgiu aliança FRENAMO.
 Arranca a campanha Eleitoral em todo Pais por 45 dias, com violência, acusações, insultos, provocações, showoff, etc etc, 45 dias depois termina a campanha e no dia 28 de Outubro realizam-se as Eleições, Presidencias, Legislativas, Provinciais, em 1 dia só, é caracterizado, por  organização na zona Sul, emquanto que na zona centro e Norte é caracterizada por trocas de cadernos eleitorais, atrasos de chegada de materiais de votação,
 Em suma fomos votar, no dia seguinte já havia os primeiros resultados preliminares, que colocavam 1º Armando Guebuza, 2º Daviz Simango, 3º Afonso Dlhakama, ao longo do dia foram chegando mais resultados que só alteraram a 2ª posição para Afonso Dhlakama, 3º Daviz Simango, a anssiedade e os nervos tomavam a flor da pele em todos Moçambicanos, para não falar dos candidatos as Eleições e o cenário manteve-se até a contagem de mais de 95% dos votos em todo Pais, e começava a ouvir-se nas esquinas e não só, que a Renamo não iria aceitar os resultados porque eram os piores consiguidos pela Renamo e seu Lider Afonso Dhlakama, a dias a porta voz Ivone Soares, aparece nos noticiários a dizer que futuramaente a Renamo irá pronuciar-se em momento oportuno perante os resultados que iam sendo devulgados pela C.N.E

                                                                   Continua

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Do MPLA à FRELIMO, da UNITA à RENAMO


O ambiente político em Moçambique parece escaldar mas, como é natural, não passa de fogo fátuo. Ao mobilizar a polícia para acções nas antigas bases da RENAMO, a FRELIMO está apenas – e para já - a mostrar as garras.
É certo que alguns antigos guerrilheiros de Afonso Dhlakama ameaçaram dirigir-se para lá se as eleições de 28 de Outubro não fossem anuladas. Isto porque, dizem, as eleições foram fraudulentas.
Diga-se que, segundo os observadores internacionais, tudo foi transparente e democrático. Aliás, ainda devem estar para nascer os observadores capazes de dizer alguma coisa que desagrade aos donos do poder. É claro que a transparência e a democraticidade vista por esses observadores é quase sempre a antecâmara das ditaduras.
"Para analistas, com o registo de cerca de 10 milhões de eleitores e com votação de apenas 4 milhões, está-se cada vez mais a eleger presidentes menos queridos pela população ou presidentes ilegítimos", escreveu o mediaFAX, propriedade da sociedade Mediacoop, principal grupo editorial independente que há no país e que foi criado pelo jornalista Carlos Cardoso, entretanto... assassinado.
Os números referentes a sensivelmente 90 por cento das assembleias de voto têm apontado para uma abstenção muito próxima dos 60 por cento, dando os votos válidos uma vantagem esmagadora à FRELIMO Frelimo e ao seu líder, o Presidente Armando Guebuza, que tende a ficar com 76 por cento, relegando Dhlakama para bem menos de 20 por cento.
O terceiro candidato presidencial, que é o presidente do conselho municipal da Beira e o líder do jovem Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, ronda os nove por cento.
Ainda quanto aos observadores e à sua inquestionável independência basta ver, se é que alguém está preocupado com isso, que a missão da União Africana foi chefiada pelo especialista angolano Roberto de Almeida, por sinal actual vice-presidente do MPLA.
Se calhar talvez se perceba agora a verdadeira razão pela qual um grupo de cinco técnicos angolanos da Comissão Nacional Eleitoral esteve, em Setembro, em Moçambique. Oficialmente a versão foi de que terão ido aprender práticas de preparação do acto eleitoral.
Agora, pelo menos agora, percebe-se que os angolanos foram a Maputo não para serem alunos mas, pelo contrário, serem professores. O MPLA ganhou as eleições legislativas com mais de 80% dos votos, a FRELIMO deve passar os 75%.
Por outras palavras, Angola foi mostrar como se fazem as coisas. Democraticamente, é claro. É que Angola sabe como se fazem eleições sem cadernos eleitorais, sabe como é possível haver mais votos do que votantes, sabe como calar as críticas internacionais... se alguém tivesse lata para isso.ler mais aqui

FRENAMO em divórcio incendiário!

Editorial do Magazine Independente(04-11-09)

Tal como tínhamos afirmado, em editoriais anteriores, o casamento político entre o partido Frelimo e a Renamo, vulgo FRENAMO, na CNE e no “Constitucional”, era precário e defeituoso, porque assente numa base bastante frágil, que era, por esses dias, o combate contra o então inimigo comum, o MDM. A Renamo, então convencida de poder vir a ter ganhos políticos significativos, apressou-se a colaborar com o partido Frelimo, a nível da CNE, alinhando, por isso, com a estratégia do partido no poder, a de eliminar, quanto antes, a hipótese de vir a não conseguir, no futuro Parlamento, os dois terços de assentos, ora muito bem conseguidos.

Em devido tempo, avisámos a Renamo do perigo da sua ingenuidade, alertando-a de que aquele colaboracionismo cego com a Frelimo apenas favoreceria o partido governamental e penalizaria, de forma gravosa, a própria Renamo em quase todos os círculos eleitorais.
Em menos de três meses de casamento político “por conveniência”, eis que o divórcio da FRENAMO não se apresenta, apenas, como litigioso, mas, certamente, como um divórcio incendiário, belicoso, que envolve a movimentação de armas e homens, alegadamente, para protestar contra os resultados da sua empenhada colaboração com o partido no poder.
Em Nampula, o líder até já indicou os alvos que vão pegar fogo primeiro: os bens públicos na posse do STAE.
Na Beira, a caixa de ressonância do líder acrescentou novos dados: se os resultados continuarem desfavoráveis ao líder e seu partido, então, Sofala será “independente” de Moçambique, isto é, passará a República de Sofala, governada pelo Presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama!
É inacreditável ter de aceitar-se, porque registado, que as personalidades que assim falam, até há cerca de dois meses atrás, estavam eufóricas com a eliminação do MDM, pela CNE, por via da qual aquele partido viu cerceado o direito a concorrer na maioria dos círculos eleitorais. As mesmas figuras, então, rejubilaram com aquela inconsistente e ilegal decisão da CNE, pensando que a mesma, embora totalmente antidemocrática, lhes iria trazer benefícios políticos. Nessa altura, as declarações dos dirigentes e analistas da Renamo, nos órgãos de comunicação social, não se referiam a nada de anormal na exclusão dos outros partidos. Antes pelo contrário, os analistas da Renamo repetiam, embora sem conhecimento de fundo, a ladainha dos membros da CNE, que diziam ter agido no estrito cumprimento da Lei. Só que, afinal, é esse tal cumprimento da Lei o que está, hoje, a desembocar no presente divórcio, incendiário, no seio da FRENAMO.
Aí está, mais uma vez, o resultado de se fazer política sem o conhecimento da estratégia de acção política, o resultado de improvisação, o resultado da falta de visão de longo prazo, o resultado da falta de planificação e da consistência organizacional interna no seio da Renamo.
Ao fim do dia, nestas eleições parlamentares, houve dois grandes vencedores, nomeadamente a Frelimo, que sai dos seus 160 deputados para mais de 190 parlamentares, e o MDM, que sai de zero deputados, para mais de sete assentos, num parlamento outrora dominado por apenas duas forças políticas.
O maior perdedor destas eleições é, certamente, a Renamo que cai dos seus 90 deputados para menos de 50, perdendo mais de 40 assentos! Isso é uma derrota escandalosa, para um partido com a idade política da Renamo.
É uma derrota escandalosa, mas não surpreendente, pois nenhum analista, minimamente sério, poderia esperar uma vitória da Renamo nas presentes eleições, uma vez que a própria Renamo não tinha trabalhado para tal.
Aliás, a Renamo fez um imenso investimento na sua própria derrota, vivendo de controvérsia em controvérsia, de expulsões em expulsões de quadros seniores e de preguiça em preguiça, inventando sempre desculpas para não sair ao terreno de trabalho político sério. A Renamo passou um quinquénio inteiro a gerir intrigas internas e a não se fazer ao terreno de trabalho político árduo. A Renamo demonstrou, com uma clarividência invulgar, que é um partido em franca decomposição, um partido a caminho célere do abismo político total.
Por isso mesmo, a Renamo só se deve queixar de si própria, e de mais ninguém.
A Renamo nunca aproveita os diversos conselhos, gratuitos e desinteressados, que lhe advêm de vários quadrantes de opinião, os quais sempre lhos deram para a melhoria da sua actuação política. Sempre que o líder da Renamo abre a boca, só tira bacoradas de difícil correcção. Diz coisas em que nem ele próprio acredita.
Por exemplo, Dhlakama sabe que não vai incendiar país nenhum, porque ele não possui capacidade para tanto, mas, ainda assim o afirma. Ele quer parecer o que não é. Dhlakama sabe que perde as eleições porque não trabalha com o povo, ao longo dos cinco anos que intermedeiam as eleições, nem investe na sua própria educação politico-democrática, aprendendo coisas como a estratégia política, a importância da planificação das actividades políticas, a importância de um calendário anual dos eventos internos do partido, entre outras matérias capazes de melhorar o desempenho dele próprio e o do seu partido político. Mas, após a votação, quer parecer que trabalhou muito para ganhar as eleições, o que é mentira. Ao longo dos últimos cinco anos, por exemplo, Dhlakama, praticamente, não fez o trabalho político de base, o tal que deveria ter feito para, em Outubro de 2009, colher os frutos.
Apesar disso, porém, Dhlakama pretende colher os mesmos frutos que colhem aqueles que trabalharam arduamente ao longo dos cinco anos! Isso seria um milagre e, em política, os milagres são muito raros. Em política, funciona o princípio que reza: “a cada um segundo o seu esforço”. É aqui, e por via disso, que cada um recebe na medida do seu verdadeiro esforço.
Vejam o caso interessante do MDM. Com apenas sete meses de idade, e concorrendo contra a vontade da CNE, Conselho Constitucional e demais órgãos do poder, instalados, mesmo assim, conseguiu transformar-se na terceira maior força política de Moçambique, quebrando longos anos de bipolarização parlamentar e deixando para trás mais de 40 partidos que se orgulham, apenas, de serem chamados de “extra parlamentares”, há mais de 15 anos, tais como PIMO, PARENA, PANAOC, PAREDE, PL, entre outros que, na hora da verdade, viram autênticos mercenários, à procura das migalhas de pão que a opulenta mesa do poder vai deixando escapar para o chão. São partidos instrumentalizados, disponíveis para qualquer exercício de bajulação que se mostre urgente realizar, desde que tragam algum benefício para o respectivo “presidente” e seus familiares e amigos, estes que, muitas vezes, são os únicos “membros” de tais “partidos”.
Com os resultados que estão sendo divulgados, fica, finalmente, claro por que é que a CNE se empenhou tanto em excluir determinados partidos. É que, concorrendo todos em pé de igualdade, a festa da celebração da vitória teria lugar, em simultâneo, em diversas sedes partidárias, o que, naturalmente, não se chamaria festa de “arromba” nem de vitória “retumbante” daqueles cuja “vitória” é, sempre, “um imperativo nacional”. Haveria que se encontrar um adjectivo mais modesto, o que, obviamente, embaraçaria a legitimidade do poder conquistado.
Muita coisa será ainda escrita sobre os resultados eleitorais. Por enquanto, estamos, apenas, a registar o princípio do fim da FRENAMO, que se salda em um divórcio incendiário, portanto, pior que o divórcio litigioso que sempre soubemos que, mais cedo ou mais tarde, se viria a consumar.
Infelizmente, porém, e para efeitos de desígnio nacional, nesse sentido, o que está a acontecer ultrapassa, largamente, as nossas humildes expectativas iniciais!

Salomão Moyana

Fraude filmada em Escola Primária na Beira

Na assembleia de voto número 0056, que funcionou na Escola Primária Completa do Esturro, na cidade da Beira, uma manifesta “fraude” foi filmada. As fontes do Canalmoz entregaram ao autor destas linhas um CD com as imagens e a respectiva acta e edital da mesa em referência.

Nas imagens filmadas vê-se, escrito no quadro da sala de aulas em que funcionou a assembleia em questão, que havia 23 nulos, 3 brancos e 2 votos protestados.
Na acta e edital em poder do Canalmoz consta, no entanto, que houve 124 votos nulos, portanto mais 121 do que no acto de escrutínio propriamente dito. Vê-se nas imagens que todos os votos anulados têm expresso, com uma cruz, a intenção de se votar em Daviz Simango. Mas, depois, foram apensas dedadas, aparentemente com tinta indelével, pelo que se vê nas imagens.
No final dos trabalhos da assembleia, o edital, com sérias rasuras, atribui a Daviz Simango, candidato do MDM, 98 votos, contra 150 de Armando Guebuza, 14 a Afonso Dhlakama, 2 votos em branco e 124 nulos.
No quadro da sala de aulas onde funcionou a assembleia e onde, durante a contagem, foram sendo registados os votos para cada candidato e outras ocorrências, vê-se claramente, no filme, que Daviz Simango somava cerca de cem votos mais do que Armando Guebuza. A imagem, confrontada com o edital e a acta da assembleia da EPC do Esturro (0056), mostra, claramente, que os votos anulados são de Daviz Simango.
No filme, vê-se a recontagem dos nulos e ouve-se a voz de quem está a contar. Passam de cem os votos anulados por força de dedadas. Nesses votos, constam cruzes a votar em Simango.
No filme, vê-se, ainda, uma primeira recontagem dos votos que, depois de manipulados pelo presidente da mesa, vice-presidente e dois escrutinadores, aparecem com as cruzes iniciais postas pelos eleitores e dedadas que um teste de dactiloscopia poderá identificar de quem são. Só a Polícia de Investigação Criminal estará capaz de fazer esse exercício, se o desejar e lhe for permitido.
José Manuel de Sousa disse ao Canal que o MDM vai interpor queixa também na Procuradoria da República.
Faziam parte da mesa onde se deu esta ocorrência, Esmeraldo Agostinho Abreu (presidente), Adriano João Roque Sumbreiro (vice-presidente), Fátima Armando Mussa (secretário), Flora Manuel (1.º escrutinador), Teresinha Jemuce João (2.º escrutinador), Delfina Jaime Sunda (3.º escrutinador) e Raimundo Tomás Júnior (4.º escrutinador).
O delegado de lista do MDM que protestou verbalmente na mesa, era Castro Zacarias Dias. Ele foi impedido de meter formalmente a queixa. Quem o impediu foi, segundo ele, o presidente da Mesa, Esmeraldo Agostinho Abreu.
Como na mesa foi impedido de formalizar o protesto, o MDM, segundo nos disse o mandatário nacional, José Manuel de Sousa, interpôs na Comissão de Eleições da Cidade da Beira um protesto do delegado de lista do MDM na mesa. Quem interpôs esse protesto na CEC da capital de Sofala foi o mandatário do MDM na cidade da Beira, engenheiro Passipanaca. mais detalhes aqui no canal de Moçambique

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Resultados parciais no Pais nova actualização



Seguem-se agora os resultados do apuramento parcial em todo o País


Número de mesas – 12.595
Mesas de voto processadas - 11.357
Mesas de voto por processar- 1342
Nível de processamento%- 89,43
Total de eleitores - 9 815 589

ler com mais detalhes Aqui

Primeiros resultados

Talhe da Foice

Por Machado da Graça

No momento em que escrevo os números já divulgados não permitem ainda conclusões de pormenor sobre os resultados das eleições de quarta-feira.
Permitem, no entanto, tirar já algumas conclusões.
Em primeiro lugar, mais uma vitória da Frelimo e de Armando Guebuza.
É verdade que os dados que a Rádio Moçambique têm estado a divulgar se referem quase exclusivamente às zonas urbanas, onde a Frelimo é, tradicionalmente, mais forte. Quando começarem a chegar os resultados das zonas rurais é provável que o desequilíbrio se abrande, mas não creio que possa ser posta em causa a vitória da Frelimo.
Estranho o silêncio, até ao momento, da Rádio Moçambique sobre os resultados na Beira. Por que será?
A resposta pode ser encontrada em alguns resultados que o Mediafax revela hoje. Ao que parece, na Beira, Daviz Simango ganhou as eleições presidenciais e o MDM as para a Assembleia da República. Está esclarecido o silêncio da oficiosa RM.
O outro aspecto que pode já ser realçado é a presença do MDM e do seu dirigente Daviz Simango. Um partido com poucos meses de vida mas que garantiu já a sua posição de terceira força, provavelmente não subindo a segunda devido ao boicote organizado pela Frenamo na CNE.
Os resultados que tenho de uma escola aqui de Maputo mostram números em que o MDM esmaga completamente a Renamo, com cerca de dez vezes mais votos que o partido de Afonso Dhlakama.
O jovem engenheiro e os seus colaboradores estão, claramente, de parabéns. Até que ponto se fará sentir a sua posição na Assembleia da República, só os resultados finais poderão esclarecer.
Um aspecto que choca qualquer observador é a quantidade de distritos em que a Frelimo concorreu sozinha às assembleias provinciais. A razia organizada na CNE transformou essa eleição provincial num fenómeno perfeitamente bizarro, à imagem daquelas eleições famosas do antigo bloco de leste.
Segundo informações do Boletim Eleitoral de Joe Hanlon, em Tete e zonas remotas de Gaza os resultados também parecem daqueles da Coreia do Norte: Ele dá exemplos: em Chicualacuala Armando Guebuza teve 3212 votos, enquanto Dhlakama e Simango não tiveram nem um voto. Será que a Renamo e o MDM não têm sequer um elemento cada em Chicualacuala?
Já em Magoé, província de Tete, Armando Guebuza teve 4998 votos enquanto Afonso Dhlakama teve 1 voto e Daviz Simango teve o dobro, isto é, 2.
Mas toda a gente está a afirmar que as eleições foram livres e transparentes. Pelo menos nos órgãos de informação do sector público.

Quem sou eu para dizer o contrário?

fonte: SAVANA  (31-10-09)