segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amnistia Internacional volta a acusar a polícia moçambicana de ser principal violadora dos direitos humanos

O documento cita o exemplo das manifestações registadas a 1 e 2 de Setembro do ano passado, onde destaca que, chamada a intervir, a Polícia da República de Moçambique disparou balas reais, ao invés das de borracha, contra pessoas que protestavam contra o elevado custo de vida.
A Amnistia Internacional acaba de lançar o seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Para o caso particular do nosso país, o documento acusa a Polícia da República de Moçambique de ser a entidade que mais viola os direitos humanos em Moçambique.
Esta não é a primeira vez que a Amnistia Internacional faz tais acusações e sustenta a sua posição destacando o alegado uso excessivo da força por parte da corporação em casos de manifestações populares – em que muitas vezes os manifestantes exigem melhorias das suas condições de vida. Por outro lado, as autoridades policiais são citadas no relatório em nosso poder de, igualmente, usarem o excesso da força para travar supostos criminosos, entre outros casos.
O documento cita o exemplo das manifestações registadas nos dias 1 e 2 de Setembro do ano passado, onde destaca que a polícia terá disparado balas reais contra pessoas que protestavam nas cidades de Maputo e Matola, queimando pneus e cortando estradas, contra a subida do preço do pão e de outros bens essenciais.
Durante as referidas manifestações, pelo menos 14 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas. A polícia, escreve-se no documento, justificou o uso de balas reais alegando que as de borracha tinham acabado. Mais de 140 pessoas foram detidas, acusadas de instigar à violência. Embora estivessem em curso no final do ano passado vários processos criminais relacionados com as manifestações, nenhum parecia estar relacionado com a utilização de armas de fogo por parte da polícia. Além disso, ninguém tinha sido responsabilizado por idêntico uso letal de armas de fogo durante as manifestações. Na maior parte dos casos, as acusações contra estas pessoas foram retiradas pelos tribunais por falta de provas.

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