sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Editorial: O país está a ficar com piada

 Jorge Rebelo no grupo dos “reaccionários”


Maputo (Canalmoz / Canal de Moçambique) - O País está mesmo a ficar “interessante”, como escreveu há dias Elísio Macamo na ‘rentré’ a cores do jornal diário do Banco de Moçambique. (Um caso também interessante, para além de caricatural, que deve ser único por se tratar de um banco central envolvido com sociedades anónimas).
Está tudo a pôr-se muito “interessante”.
Mais: o País está a ficar com piada. Melhor ainda: está-se a por bom para finalmente podermos acreditar que a democracia poderá vingar entre nós – sem que tenha que depender de ex-beligerantes.
Rebelo, ex- membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Frelimo e ex-chefe doTrabalho Ideológico, percebeu que o vento sopra dos jovens. Terá percebido inclusivamente que a solução está fora da Frelimo. Não o disse objectivamente, porque é da velha escola. Percebeu que pode ser importante tentar salvar a Frelimo, mas mais importante é salvar Moçambique. Percebeu que a Frelimo está em crise profunda.
A desmembrar-se? – Tudo tem o seu tempo.
Percebeu que as ‘revoltas’, de 05 de Fevereiro de 2008 e de 1,2 e 3 de Setembro último não foram discutidas previamente dentro das estruturas. As revoltas fizeram, isso sim, tremer as ditas “estruturas”.
Nas periferias vive muita gente que nem é de Maputo. Vive mal. Vive num pesadelo terrível. Revoltaram-se. É muita assimetria em demasiados sítios para que consigam aguentar.
Os franceses tiveram de liquidar, na tomada da Bastilha, os poderes ocultos para permitir que a democracia vingasse.
Os portugueses tiveram de desmantelar, no 25 de Abril de 1974, o ‘monstro’ que impedia as várias independências das colónias portuguesas em que nós nos incluíamos.
Os espanhóis tiveram de escangalhar o partido Franquista para, finalmente, aquela que é hoje uma das mais simpáticas monarquias do planeta fosse capaz de sobreviver a par de um governo de cariz republicano, num ambiente plural e respeitador das mais diversas tendências, em espírito democrático dos mais notáveis pelo respeito que existe pelas diferenças.
Outros exemplos poderiam ser dados para fazer lembrar o que foi preciso, noutras latitudes, conseguir-se antes mesmo de ser possível construírem-se regimes realmente democráticos.
Onde não havia guerras por resolver, fez-se de outra forma.
Vem tudo isto a propósito do mais novel desavindo – será? – da nomenklatura que nos tem rodeado: Jorge Rebelo. ler mais aqui

2 comentários:

  1. penso que teremos um pais realmente democrata apartir do momento em que o governo tiver na sua camera individuos que nao se baseam em argumetos historicos belicistas para governar o pais...isto e',quando o estado for derigido por individuos que nao participaram nas guerras de libertacao de mocambique...apartir dai todos os principios democraticos serao sustentaveis no pais.

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  2. Concordo e assino por baixo.
    Mas duvido que isso venha a acontecer.
    Maria Helena

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