Maputo (Canalmoz) – O estado de autêntica “guerra” regressou à cidade de Maputo. Depois do assassinato de dois agentes afectos à Polícia de Investigação Criminal, no que tem todas as características de ajuste de contas, segundo especialistas, a Polícia também saiu à rua para matar. Por volta das vinte horas da última quarta-feira, uma brigada da Polícia, à paisana, cercou uma viatura ligeira, Mark II, sem chapa de inscrição e abriu fogo contra ela, tirando a vida a dois indivíduos, que se supõe que faziam parte do grupo que assassinou os agentes da PIC há menos de duas semanas.
Na companhia dos dois indivíduos que foram mortos, estava um outro, que escapou da morte imediata, mas ficou gravemente ferido com o baleamento da Polícia, e está, neste momento, a receber tratamento médico no Hospital Central de Maputo, sob vigilância policial.
A viatura de cor preta, em que seguiam os indivíduos que foram mortos, estava sob suspeita da polícia a ser perseguida. É tida como pertencente ao grupo que ceifou a vida de dois agentes da PIC, um na parte alta da cidade e outro na av. Marginal, nas imediações do Clube Naval.
A Polícia diz ter recuperado, na viatura em que seguiram os três indivíduos dos quais dois estão mortos e um a receber tratamento no Hospital Central de Maputo, duas pistolas, que eram usadas pelo bando nas suas investidas criminais.
Segundo o porta-voz do Comando da PRM da cidade de Maputo, Arnaldo Chefo, os agentes da PRM à paisana vinham seguindo a viatura de marca Mark II, e, quando esta chegou a uma das pracetas do bairro do Alto-Maé barrou-a, e ordenou que os ocupantes, em número de três, a desocupassem, mas estes não obedeceram.
De seguida, houve troca de tiros, que culminou com a morte de dois e o ferimento de um dosocupantes da viatura, que mesmo assim consegiui fugir, mas foi recapturado nas imediações do HCM, onde acabou sendo internado.
Chefo explicou que a Polícia não pretendia matar os bandidos, mas a resistência oferecida por estes, quando interpelados pelos agentes à paisana, ditou a morte dos dois indivíduos identificados por Mulatinho e Óscar. O terceiro, segundo a Polícia, chama-se Issufo.
Chefo confirmou haver fortes indícios de que estes criminosos são os mesmos que tiraram a vida dos dois agentes da Brigada de Busca e Captura da Polícia de Investigação Criminal, nomeadamente Arsénio Mahoze e Ricardo Mondlane, há duas semanas. Diz ainda que também faziam parte do grupo que assaltou há dias, à mão armada, uma dependências do Standard Bank, em Maputo.
Quanto à viatura da marca Mark II que transportava os supostos criminosos, esta encontra-se nas instalações da PIC, para exames de balística para fins de investigação.
Solicitado para se pronunciar se não haverá vítimas inocentes entre estes elementos, Arnaldo Chefo diz que “as investigações vão provar se haverá ou não inocentes nos tiroteios das últimas semanas contra estes grupos de supostos assaltantes a mão armada”.
(Conceição Vitorino)
2010-02-26 07:04:00
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