quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Governo falhou ao congelar os preços dos combustíveis

– considera a economista Clara Pereira, do MB Consulting
“Se o Governo continuar a congelar os preços, vai gastar mais dinheiro e um dia ficará sufocado”

Maputo (Canalmoz) – A revolta popular ocorrida entre os dias 1 e 3 de Setembro corrente, nas cidades de Maputo e Matola, terão sido provocadas por falhas cometidas pelo Governo ao congelar os preços dos combustíveis durante o período antecedente às eleições do ano passado, e ao subsidiar algumas empresas públicas, o que quebrou o funcionamento normal do mercado.
Segundo a economista da MB Consulting, Carla Pereira, se os ajustes dos preços registados depois das manifestações de 5 de Fevereiro tivessem sido feitos de forma gradual, o Governo não teria se sentido tão apertado e obrigado agora a fazer subir quase tudo, em simultâneo, a ponto de ter introduzido subidas explosivas nos preços dos combustíveis aumentos de água, energia, farinha, arroz, de uma única vez.
“O facto de se ter congelado o preço dos combustíveis e subsidiar algumas empresas públicas, precipitou o sufoco. O Governo devia ter deixado as coisas acontecer, uma vez que estamos num mercado livre onde é preciso misturar um pouco, com o Estado a controlar’’, disse Carla Pereira, em entrevista ao Canalmoz.
Na análise da economista, as medidas de contenção de custos, de redução de regalias aos altos dirigentes do Estado que representam gastos de dinheiro, encaixa-se perfeitamente. “Nós somos um país de economia dependente de importações e o pouco que produzimos dá para exportar’’, disse alertando que o que acontece na conjuntura económica internacional, sempre terá reflexos no País.
Questionámos a nossa entrevistada sobre o cenário que se pode esperar com o fim do subsídio de trigo e arroz de terceira em Dezembro. Ela respondeu que “se o Governo continuar a congelar os preços, vai gastar mais dinheiro e um dia ficará sufocado”.
“Não se pode congelar os preços como se estivesse a tomar medidas para melhorar alguma coisa. Os preços que foram congelados durante muito tempo, devem ser libertados, mas não fora do controlo do Governo”, referiu.
Para a economista, as medidas anunciadas pelo Governo, que vigoram até Dezembro, “foram mais para acalmar os ânimos dos moçambicanos enquanto se vai estudando a melhor saída. A fonte acrescentou que, neste momento, o Governo está a tentar esboçar a melhor forma de controlar a situação, uma vez que isto afecta mais as pessoas de baixa renda”.
“Os que têm o nível de vida aceitável não estão ressentidos com estes problemas. O Governo arranjou maneiras de deixar as coisas niveladas para todos”, observou.
(Cláudio Saúte)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

   A mais de 1955 anos passados que este celebre pensamento foi dito, até hoje é real, e só hoje Moçambique 35 anos Independente é que o ´´Governo leu´´,.http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero

Factos contrariam a ministra Vitória Diogo Conheça a célula do partido Frelimo no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

Conheça a célula do partido Frelimo no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

Maputo (Canalmoz) – Os argumentos que vêm sendo esgrimidos pelos dirigentes do Partido Frelimo – com a ministra da Função Pública, Vitória Dias Diogo, como expoente máximo – tentando convencer os moçambicanos que o Estado não está tomado pelo partido no poder, como acusa a oposição, acabam de receber mais uma prova da sua falsidade. O Canalmoz teve acesso a dados fundamentais sobre a célula central do partido Frelimo, no Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), e apresenta-os, neste artigo, para conhecimento dos moçambicanos. Fica assim mais uma vez provado que as células da Frelimo estão a funcionar em instalações públicas e beneficiando do Orçamento Geral do Estado para que pagam os contribuintes nacionais e os doadores internacionais, ou sejam os contribuintes de outros países.
O Canalmoz teve acesso a um documento que apresenta toda a estrutura da célula do partido no poder que funciona no MICOA, sua fundação, objectivos e organograma.

“Foi sempre nossa preocupação criar estrutura do partido no ministério”

O documento explica na parte introdutória que “desde a criação do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental foi sempre nossa preocupação a criação da estrutura do partido Frelimo dentro da instituição”.
Mas para que os leitores entendam a essência do referido documento a que o Canalmoz teve acesso, reproduzimo-lo com a devida vénia.

“PARTIDO FRELIMO
CÉLULA DO MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL
Desde a criação do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental foi sempre nossa preocupação a criação da estrutura do Partido Frelimo dentro da instituição. Temos que salientar que neste percurso, foi muito difícil conhecer os camaradas membros e simpatizantes da Frelimo devido a conjuntura política do país, tendo sido necessário fazer-se um trabalho anónimo entre funcionários, que resultou na conquista, em 1998, de 34 candidatos a membro. Primeiramente o Partido era representado pela célula e alguns anos depois pelo círculo. Hoje o Círculo do Partido Frelimo, só a nível central, conta com 221 membros.
O camarada José Ernesto Barrama foi escolhido, através de eleições realizadas no dia 15 de Dezembro de 1998, para ser primeiro Secretário da Célula. Nesta nobre missão de dirigir a Célula foi apoiado pela camarada Maria de Lurdes Massingue como 1° Assistente responsável pela área de Mobilização e Organização da Célula e pela camarada Palmira Pedro Francisco como 2° Assistente responsável pela área de quotização e finanças da Célula. Na cerimónia da tomada de posse o novo elenco apresentou seu programa de trabalho que consistia principalmente em acções nas áreas política, social, financeira e desportiva. É de salientar que o Secretariado estabeleceu como metas o trabalho aturado de mobilização dos funcionários do MICOA para participarem nas eleições de 1999, assegurar fonte de rendimentos para o Partido através de exploração de centro social, entre outras actividades.
No ano 1999 foi incluído no Ministério o Instituto Nacional de Planeamento Físico, onde também existia a célula. Assim, passaram a existir duas células e isto, conjugado com o número considerável dos membros, permitiu a criação do Comité do Círculo em 2002. Nas primeiras eleições internas foi eleito o camarada Inácio Bucuane para 1° Secretário do Comité. Mesmo ano houveram outras eleições internas e saiu delas novo secretário - Augusto Samuel Dimande. A .razão de fazer novo escrutínio foi a saída do camarada Bucuane para província Zambézia em missão de serviço - foi nomeado como director provincial.
O Círculo é organizado em três Células: Célula A dirigida pelo camarada Lichucha, que abrange MICOA Sede, Célula B liderada pelo camarada Namburete, que está sediada na Drecção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial e Célula C dirigida pelo camarada Mahomed, que funciona dentro de Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental, Inspecçõa, Direcção Nacional de Gestão Ambiental e Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável”.
Eis a estrutura da Célula da Frelimo no MICOA, conforme vem no documento a que o Canalmoz teve acesso.
O documento e a estrutura acima podem ser acedidos na no endereço Web http://www.bipmicoa.org.mz/sobre.html (disponível até 18h30min do dia 15 de Setembro de 2010).
(Borges Nhamirre).

Chauque: Está tudo dito meia palavra para um bom entendidor basta.

2010-09-16 09:55:00

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

“Professores turbo” são ameaça ao ensino de qualidade

Em Moçambique

– afirma o reitor de “A Politécnica”, Lourenço do Rosário, que, entretanto, é contra este tipo de docentes na instituição que dirige



Maputo (Canalmoz) – Os “professores turbo”, que leccionam simultaneamente em vários estabelecimentos de ensino, acumulando diferentes disciplinas, representam uma ameaça a um ensino de qualidade no país, devendo, portanto, ser desencorajados a praticar este tipo de docência cumulativa. Esta é a posição do Professor Doutor Lourenço do Rosário, reitor da universidade ‘A Politécnica’. Falava no último sábado, em Maputo, numa cerimónia de graduação de estudantes da sua instituição.
Entretanto, a ‘A Politécnica’ não escapa a este tipo de docentes. Grande parte de docentes que lecciona naquele estabelecimento de ensino privado, lecciona, simultaneamente noutros estabelecimentos.
Embora desencoraje a prática denunciada, Lourenço do Rosário disse que este tipo de docentes foi identificado na ‘A Politécnica’. No entanto, não especificou quais os procedimentos que serão tomados a seguir, contra esses “professores turbo”.
O reitor de ‘A politécnica’ falava para um auditório de académicos, políticos, dirigentes de outros estabelecimentos de ensino e estudantes.
Dirigindo-se especificamente aos graduados (273 bacharéis, 160 licenciados, 56 pós-graduados e cinco mestres), Lourenço do Rosário encorajou-os a produzirem conhecimentos consentâneos com a actual situação social.
Aos graduados em sociologia, o reitor pediu para que examinassem as diferentes manifestações sociais, caso a caso para explicar sinais de ruptura entre diferentes segmentos sociais, inclusive com quem está o poder para governar.
Aos graduados em economia, pediu para que estudem as relações de produção e de circulação de bens de modo a prevenir insatisfações por causa da insuficiência de renda, e também para assegurar a dignidade dos cidadãos.
Lourenço do Rosário desafiou os gestores a produzirem sugestões que permitam que a administração dos bens públicos e privados obedeça a regras mais justas. Assim, foi fazendo apelos direccionados a cada grupo de graduados, de acordo com a respectiva especialidade.

As manifestações


Num outro contexto, o reitor de ‘A Politécnica’ fez alusão ao fenómeno ocorrido nos dias 1 e 2 de Setembro corrente. Disse ter-se tratado de uma confrontação que produziu inúmeras leituras. Todavia, apelou para que no lugar “de se procurar o vilão e a vítima” as universidades analisem o sucedido e reflictam para se encontrarem formas de resolver os problemas da nação.

Primeiro-ministro reconhece problemas sociais

Por seu turno, o primeiro-ministro, Aires Ali, reconheceu que a sociedade vive maus momentos. Desafiou, implicitamente, aos graduados a encontrarem respostas para os respectivos problemas.
Relativamente à questão da qualidade dos professores que afecta directamente o ensino, o PM, que no mandato passado desempenhou o cargo de ministro da Educação, mostrou-se preocupado. Sugeriu que as instituições de ensino e outros segmentos sociais intervenham no assunto de modo a alterar o cenário.

(Emildo Sambo)

Chauque, Belo Lourenço do Rosário (não o músico Cabo Verdiano) este senhor é invejável, não por só ser reitor da A Politécnica ,mas sim por ser um Homem que se preocupa em melhoramento em aspectos sociais e educação é so para ver o corte dos turbos na sua instituição, quem conheceu a ISPU a anos para hoje houve uma grande mudança para o melhor. que bem haja Lourenço de Rosário 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ao dizer que o governo não tinha ordenado o bloqueio do serviço de SMS,s Paulo Zucula mentiu!

uma ordem do INCM, exigindo a interrupção temporária do serviço de SMS,s foi enviada às operadoras na segunda-feira, altura em que circulavam, com insistência, mensagens convocando a novos protestos contra o custo de vida
Afinal o ministro dos Transporte e Comunicações, Paulo Zucula, mentiu quando disse que o governo não tinha dado qualquer ordem no sentido de as duas operadoras móveis bloquearem os serviços de mensagens de texto (sms) como forma de evitar o retorno às manifestações populares contra o elevado custo de vida no território nacional.
É que, uma carta do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), órgão regular do sector de telecomunicações no país, enviada, na tarde desta segunda-feira, as duas operadoras, dá instruções claras no sentido de a mcel e a Vodacom suspenderem o serviço de SMS para todos os clientes.
O INCM é tutelado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações.
Ao que o SAVANA/mediaFAX apurou, as duas operadoras aderiram à instrução na convicção de que a mesma havia sido tomada pelo Governo como uma decisão enquadrada na segurança do Estado. Na segunda e terça-feira, o serviço das sms estava bloqueado nas duas operadoras, deixando os clientes com os nervos à flor da pele. A Vodacom registava problemas no pré e pós pago.
A mCel tinha apenas problemas no prépago, pacote com maior número de clientes, sobretudo, os de renda baixa.
O SAVANA/mediaFAX soube que ao aperceber-se de que a mCel não havia suspendido o serviço das sms,s nos pós-pago, o concorrente da amarela protestou junto do regulador. Perante os protestos, o regulador concordou que a segunda operadora de telefonia móvel a entrar no mercado moçambicano também poderia facilitar o atendimento aos clientes pós-pagos.
Soubemos que a interrupção dos serviços da sms estava a provocar problemas e congestionamento graves, que poderia resultar na queda da rede e interrupção dos serviços de telecomunicações nas duas operadoras. Contudo, o regulador insistiu que os serviços de sms deviam continuar suspensos para a base de clientes pré-pagos de modo a não por em causa a segurança do Estado, num país em que oficialmente não foi declarado um Estado de sítio.
Dados do INCM apontam que em Moçambique mais de 27% da população tem telemóvel, com o pacote pré-pago a ocupar uma posição de peso. O último censo populacional indica que Moçambique possui cerca de 21 milhões de habitantes.
A maioria dos manifestantes que deram corpo aos protestos de 1 e 2 de Setembro são de renda baixa e usa os serviços de telefonia pré-pago. O telemóvel foi a principal arma usada para convocar os protestos, contra a galopante subida do custo de vida em Moçambique. Nesta quinta-feira, os serviços de sms,s nas duas operadoras estavam paulatinamente a regressar à normalidade, mas com alguma timidez.
 
Fonte: Media fax 10.09.10 in Reflectindo Sobre Moçambique

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Com o Povo não se brinca

Sim com o povo não se brinca, mais uma vez o povo demonstrou o seu poder , queiram aceitar ou não mas o povo tem poder e com o povo não se brinca.
O dia 1,2 de Setembro de 2010 iniciou a fúria do povo por causa da subida exagerado de tudo para o povo desde água até ao infinito, houve agressões, mortes, saques, etc, etc. os meus pesamos as famílias enlutadas durante as manifestações mesmo não participando, há quem sempre disse que as manifestações em Moçambique são coordenadas pelos agitadores e para o cumulo nunca provam quem é o agitador, qual agitador qual o quê? não existe nenhum agitador ainda, quando aparece alguém com um pensamento físico, químico, matemático, ai não tem agitador mas sim um intelectual, inteligente sábio. Mesmo sendo Moçambicano, mas quando esse Moçambicano quer lutar pelos seus direitos pronto é um descontente, agitador, marginal, buçal, etc, etc,
Só que ai se enganam, os Moçambicanos já mudaram e é bom pararem  de andar a mentir para tudo mundo que Moçambicano é simpático, honesto, carinhoso, lambebotas, escovinha, agora o Moçambicano é inteligente, esperto e sabe lutar para o melhoramento da sua vida, e já está de olho aberto para os que comem e  tem direito a tudo de borla, o estado aumenta o salário para 9% e para eles os donos do pais aumentam quanto? os membros do governo recebem mais que o povo, tem direito a carros, água, energia, comida , subsidio de férias, do fim de semana e malta povão é que tem que pagar tudo isso para eles.
Senhores governantes aceitam a realidade o povo tem razão está cansado porque aperta o cinto para vocês e voçês comem sozinhos, agora tenho certeza que vão pensar duas vezes para aumentarem o preço até da agulha isto está quente, e o povo é livre de se manifestar sempre que quiser de momento que tenha que ser ordeiro e sem vandalizações, o dia 1 de Maio não é dia de festa, a nível Mundial, o dia 25 de Setembro não é dia de festa, são vários dias que hoje pensamos que são dias de festa mas na realidade são dias que muitos Moçambicanos morreram lutando pelo seu pais, e a luta pelo pais nunca terminará nem daqui há 300 anos, porquê os últimos Mercedes são para uma certa classe enquanto há pessoas que não tem comida, escolas, hospitais? um Mercedes dá para quantas escolas. comida , hospitais?

NB: Eu sou livre de expressar-me doa a quem doer e ache o que quiser de mim,também é livre.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos

(Marcelino dos Santos) (1)

O veterano nacionalista e membro sénior da Frelimo, Marcelino dos Santos, esteve em Joanesburgo no fim-de-semana. Falou para jovens e, no fim da sessão, o jornalista da Rádio Moçambique, João de Sousa, entrevistou-o. Aguardem a continuidade da série, em primeira mão na blogosfera. O meu obrigado ao João pelo envio do material. Extracto da entrevista:
"JS – Considera que a Frelimo se está a desviar do seu objectivo ?
MS – Eu acho que sim. Eu já disse isso a nível do Partido. Por que é que o Partido se está a distanciar progressivamente das classes operária e camponesa ? Como é que este País se vai desenvolver ? É um desvio. Hoje queremos primeiro construir os empresários e dizer a eles que orientem os camponeses. Eu acho que há maneiras de crescer, só que algumas delas, actualmente, não são válidas."                                                     

                                                                               Continua

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quem esclarece o negócio com a Semlex, senhores ministros?

Ora, sete meses depois de termos iniciado esta investigação, descobrimos uma das razões por que os senhores ministros não nos vinham responder publicamente às questões sobre a existência legal da Semlex no nosso país e a legalidade do próprio negócio.(Lázaro Mabunda )

Senhores ministros, há muito que esperamos que venham esclarecer os contornos do negócio que fizeram com a Semlex para a produçãon de documentos de identificação no país. Os senhores ministros nunca se disponibilizaram – mandaram sempre directores nacionais, que, mais do que nos responderem, nos remetem a V.Excias – para nos esclarecerem questões simples como: quem é a Semlex? Qual é a sua existência legal e física? Por que o contrato é mais favorável à empresa estrangeira do que ao Estado? Por que se adjudicou um serviço de soberania a uma empresa que ainda não esta(va) instalada no país? Quais foram os critérios para a escolha da Semlex? Por que se emitem dois BI simultaneamente, se a empresa tem capacidade? Quanto a empresa já investiu desde que começou a operar no país? Por que a DIC continua a fazer transferência directa dos valores das receitas para Semlex, contrariando o acordo? Quanto a Semlex já depositou de garantia para o Estado? Por que a Semlex começou a emitir BI antes do Visto do Tribunal Administrativo? Quem são os donos da Semlex? Que garantia dá à nossa soberania o negócio, num contexto em que os criminosos transfronteiriços (traficantes) estão entrincheirados nas empresas de produção de documentos de identificação? Quem nos garante que esta empresa não está ligada ao crime organizado? Que provas? Quem nos assegura que esta empresa não possue sistemas de produção paralela dos nossos documentos para os atribuir a estrangeiros, sobretudo paquistaneses, libaneses, turcos, entre outros, que inundam o nosso país?
Não acham que este negócio expõe o nosso país, que já vinha com sistema de produção de documentos furado, em que os estrangeiros obtinham BI, passaportes, que lhes habilitavam a ter a nacionalidade moçambicana, além de facilidades nos vistos de forma fraudulenta? Sabem dos problemas que a empresa tem na Guiné-Bissau e no Tchad?

Crocodilos semeiam pânico em Moamba

Maputo (Canalmoz) – Doze pessoas perderam a vida no distrito de Moamba, província de Maputo, vítimas de ataques de crocodilos nas margens do rio Incomati. Os incidentes registaram-se entre Julho de 2009 e Agosto do presente ano.
O régulo dos povoados de Pondzela e Pajane, Tualufo Macomo disse ao Canalmoz que algumas vítimas encontraram a morte quando tentavam atravessar o rio Incomati. Outras foram arrastadas quando cortavam caniço nas margens do mesmo rio.
“As pessoas não respeitam o rio Incomati, acham demorado o uso da ponte para a travessia o rio. Outros fazem-se às margens do rio para cortarem o caniço”, disse Tualufo Macomo, sublinhando que outras pessoas quando se deslocam à região de Sabié atravessam o rio Incomati por alguns pontos não recomendados, esquecendo-se que são povoados por crocodilos.
De acordo com Macamo, para minimizar a situação da disputa do rio entre a comunidade e os répteis, o governo distrital de Moamba, tem vindo a coordenar algumas campanhas de abate de crocodilos. Porém, passado algum tempo os répteis reaparecem nos mesmos locais depois de se afastarem temporariamente.
Para além dos crocodilos, as povoações de Pondzela e Pajane debatem-se com problemas de criminalidade, doenças como HIV/Sida e roubo de cabeças de gabo. Este último caso, segundo apurámos, ocorre com o envolvimento de alguns parentes ou pastores de donos de currais. (Cláudio Saúte)



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Caso se confirme a viabilidade da exploração do petróleo

Governo deve reduzir incentivos fiscais atribuídos aos mega-projectos -defende Centro de Integridade Pública

Maputo (Canalmoz) – A anunciada possível ocorrência de crude na bacia do Rovuma torna imperioso que o Governo moçambicano renegocie os contratos com os mega-projectos, em geral, e com as multinacionais do sector petrolífero, em particular, e acabe com todos os incentivos fiscais que se encontram na legislação aplicada aquando da celebração dos contratos. Quem tal defende é o Centro de Integridade Pública (CIP), para quem a renegociação dos contratos “é a única saída para que Moçambique possa captar mais receitas fiscais e não-fiscais dessas multinacionais”.
Esta posição já foi defendida por vários economistas – o Governo sempre ignorou – que justificaram que as multinacionais não tinham impacto na vida do cidadão, tal como o executivo sempre quis fazer acreditar.
De acordo com o CIP, a revisão da legislação que regula as contribuições fiscais das empresas dos sectores mineiro e petrolífero (ocorridas em 2007 e 2009) não resolveu a questão, porque a maior dos contratos em vigor (incluindo com a Anadarko, que acaba de anunciar a “descoberta” de petróleo) são anteriores a 2007, o que quer dizer que, no caso de uma exploração comercial futura, Moçambique tem poucas possibilidades de aumentar consideravelmente a sua renda fiscal.
O CIP faz a sua exposição numa nota de imprensa enviada à nossa redacção, na qual considera haver toda uma necessidade de se clarificar a aplicação dos fundos sociais e rendas fiscais. O argumento é de que desde que a prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos em Moçambique ganhou novo ímpeto, com a aprovação da Lei de Petróleos em 2001, milhões de dólares norte-americanos tem vindo a ser entregues ao Governo para aplicação nos chamados “fundos sociais”. Esses fundos, diz o CIP, acompanham os investimentos em prospecção, os quais, entre 2006 e 2009, de acordo com dados do Instituto Nacional de Petróleos (INP), ultrapassaram os 300 milhões de USD na bacia do Rovuma (onde a Anadarko “descobriu” agora presença de petróleo), e pouco mais de 100 milhões de dólares na bacia de Moçambique.
Esses pagamentos ocorrem numa base anual. Por exemplo, a «Norueguesa Statoil», que faz prospecção de petróleo na bacia do Rovuma, paga um milhão de dólares/ano e a «Italiana ENI», que também actua na bacia do Rovuma paga 500 mil dólares/ano. A questão que o CIP coloca é: como é que esse dinheiro é aplicado e como é que os cidadãos podem ter acesso aos dados sobre a sua gestão?
No quadro actual, a opinião pública desconhece os montantes exactos que o Governo recebe por via do INP (Instituto Nacional de Petróleos), muito menos os critérios de gestão que lhes são aplicados.
O CIP considera também que para além de não existência de um regulamento público sobre a aplicação dos fundos, igualmente não é clara a participação das comunidades na definição de prioridades de investimento. Por isso, algumas multinacionais tomam iniciativas próprias de investir em projectos sociais de visibilidade.
No seu comunicado, o CIP fala igualmente da necessidade de publicação dos contratos assinados entre o Governo e as empresas de prospecção/exploração, o que, segundo explica, fará com que o cidadão passe a conhecer as obrigações fiscais das empresas e a monitorar até que ponto os pagamentos feitos pelas empresas estão em consonância com os termos fiscais do contrato rubricado.
Por último, o CIP diz ser imperiosa, caso se prove a existência do crude, a mitigação dos impactos ambientais e sociais inerentes à pesquisa e exploração de hidrocarbonetos, pois as operações de prospecção e pesquisa de petróleo são sempre concorrentes com outras actividades como a pesca, a agricultura e o turismo. Alguns efeitos ambientais negativos já foram sentidos em vários projectos e os conflitos de exploração tem sido um sinal negativo, sugerindo a falta de capacidade do Estado na gestão dos recursos naturais de uma forma equilibrada.
(Redacção)

Chauque: A nomeklatura está com ansiedade de encher os bolsos, criarem empresas petrolíferas, terem as contas com acesso nos bancos.