A última exortação do líder do regime líbio à guerra santa contra a Suíça, país que mantém um braço-de-ferro diplomático com Tripoli, constitui um gesto “inadmissível no quadro das Relações Internacionais”, reagiu esta sexta-feira o director-geral da ONU em Genebra. Muammar Kadhafi declarou que “qualquer muçulmano que colabore com a Suíça é um apóstata”.
Quase dois anos de tensão diplomática entre suíços e líbios culminaram na quinta-feira com um apelo de Muammar Kadhafi à Jihad contra a Confederação Helvética. Durante uma cerimónia em Benghazi, para assinalar o aniversário do Profeta Maomé, o líder líbio declarou que "qualquer muçulmano, em qualquer parte do Mundo, que colabore com a Suíça é um apóstata, é contra Maomé, Deus e Alcorão".
"As massas de muçulmanos devem ir a todos os aeroportos do mundo islâmico e impedir todos os aviões suíços de aterrarem, a todos os portos e impedir todos os navios suíços de fundearem, inspeccionar todas as lojas e mercados para impedir a venda de quaisquer produtos suíços", instou Kadhafi.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suíça escusou-se a comentar as declarações do líder do regime islamista de Tripoli. A primeira reacção surgiu pela voz do director-geral das Nações Unidas em Genebra. Para Serguei Ordzhonikidze, "semelhantes declarações por parte de um Chefe de Estado são inadmissíveis no quadro das Relações Internacionais": "E já não falo de actos. Espero que possamos impedir quaisquer tentativas".
"Os nossos serviços de segurança têm todo o poder, o conhecimento e a formação para impedir qualquer tentativa de violar a segurança do complexo da ONU. Podem ficar tranquilos", acrescentou o responsável. ler Aqui